Um pouco da história
A 1ª estação do Brasil ainda com trilhos |
Para concretizar esse projeto, em 29 de maio do mesmo ano, na sede do Banco do Brasil, no Rio de janeiro, foi fundada a Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis, com um capital de 2 mil contos de Réis, dividido em 10 mil ações de Duzentos mil Réis, tendo o Irineu Evangelista de Souza subscrito 2/3 das ações e, pelos estatutos, foi nomeado Presidente da Companhia.
O Decreto do Governo Geral, nº 987 de 12 de junho de 1852, concedeu-lhe o privilégio por 10 anos, para a navegação a vapor entre a Corte ( Rio de Janeiro) e o Porto de Mauá e, cerca de 3 meses depois, na localidade de Fragoso, distrito de Inhomirim, foram inaugurados os trabalhos de construção da ferrovia, com a presença do Imperador e outras autoridades, e, ainda, alguns engenheiros ingleses.
A E.F. Mauá-- a 1ª do Brasil -- foi a responsável pelo primeiro caso de intermodalidade de transporte no Brasil ( hoje chamado de integração).
Porto de Mauá: do glamour à atual sucata enferrujada |
Integração Barcas e trem em direção Raiz da Serra |
Agora, no dia 26 de março de 2012, os Prefeitos de Petrópolis e Magé assinaram um acordo de cooperação técnica junto com a esfera estadual dos transportes e de Obras no sentido de ressuscitar, de reativar a Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará, exatamente esse trecho de 6 km entre a Vila Inhomirim e o alto da serra, no sentido de incrementar não só o turismo para cidade serrana mas também de encurtar o tempo de viagem entre ela e o centro do Rio de Janeiro.
Região servida pela E.F. Mauá |
Trata-se de um antigo sonho petropolitano e, uma vez, reinstalando-se os 6 km de trilhos no trecho da serra o trem expresso imperial poderá unir-se aos 49 km dos trilhos já existentes, entre a Vila Inhomirim e o Centro do Rio, ali na Estação da Leopoldina. Uma obra e tanto. Documentos já foram entregues pelos Prefeitos das cidades diretamente envolvidas, ao governo do Estado e tudo indica que esse acordo de cooperação técnica tornará a reativação dessa linha uma questão de tempo, concreta.
Vantagens da reativação da E.F.Príncipe do Grão Pará
Além do turismo que tornará ainda mais receptiva aquela cidade serrana, a redução substancial do tempo de viagem, em torno de 1 hora e meia; ajuda na proteção ambiental e recuperação da região; um estímulo às cidades de Petrópolis e Magé; o custo para recolocar trens rápidos nesse trecho estima-se ser apenas de R$ 70 milhões, ou seja menos de 0,2 por cento do custo do trem bala Rio- SP; por uma viagem de Petrópolis ao centro do Rio pode levar até 3 horas, dependendo das condições de trânsito, essa mesma viagem, como no passado, pode ser feita em 90 minutos e com integração entre os vários deslocamentos de massa; até à estação Maracanã e ali integrando-se com o Metrô; ou de trem, num percurso de 23 km, do alto da Serra até o Cais Mauá em Guia de Pacobaiba ( Magé) e de lá ao centro do Rio, via Catamarã.
Ponto Final
Com esse projeto de reativação da E F Grão Pará, mediante a reimplantação de 6 km de trilhos na Serra da Estrela e com outras intervenções ao longo do trecho da Vila Inhomirim ao Cais Mauá, com a reforma das estações, viadutos, passagens de níveis, aquisição dos trens, montagens das oficinas, reurbanização da área e indenização e deslocamento dos moradores ali instalados e outras obras estruturais, tudo isto num montante , como vimos, na ordem de cerca de R$ 70 milhões. Se depender da ABPF Associação Brasileira de Preservação Ferroviária e do Grupo de Trablho pró-trem,constituído por 16 entidades, como a ALERJ , FIRJAN, UCP, Museu Imperial, IPHAN e outras, dá para afirmar que é possível, mesmo antes da Copa FIFA de 2014 e das Olimpíadas Rio 2016 ter de volta esse cenário cinematográfico servindo por trens turísticos e resgatando um importante marco da história da ferrovia no Brasil.
Fontes: fotos www.estacoesferroviarias.com.br