quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A pé pelo Centro do Rio. Confeitaria Colombo

Com mais de um século de existência, a Confeitaria Colombo, ali na Gonçalves Dias 32, no centro nervoso e histórico do Rio, se confunde com a própria história da cidade.
Fundada em 1894 pelos imigrantes portugueses Joaquim  Borges de Meireles e Manuel José Lebrão, num momento em que a capital do país fervia na sua essência, desencadeada pelas celebridades da época, os intelectuais, políticos e membros da Academia Brasileira de Letras num período de grande efervescência cultural.
Os seus salões interiores, nas duas primeiras décadas do século passado, passaram por algumas reformas, com um toque  Art Nouveau e grandes espelhos de cristal vindos da Antuérpia e ricas molduras de jacarandá.
Entre os seus frequentadores, Olavo Bilac, Rui Barbosa, Villa-Lobos, Getúlio Vargas, JK, todos traçavam ali os seus planos de ação.O rei Alberto, da Bélgica, em 1920 e a rainha Elizabeth, da Inglaterra, em 1968 foram os seus mais ilustres visitantes.
Como parte da sua história, a Confeitaria Colombo que foi imortalizada na novela "O Casarão", de Lauro Cézar Muniz, em 1976 insere-se no roteiro turístico do centro do Rio que deve ser feito a pé, sem pressa e com muita contemplação; abriga lá o Espaço Memória, criado em 2002,  com um rico acervo para ser apreciado e o que é mais importante: pode ser reservado para eventos  com até 30 pessoas.
Confeitaria Colombo, centro do Rio. Uma legenda da gastronomia carioca. Comece ali no início, na entrada, no Bar Jardim e, se não tiver pressa, vá até o segundo andar, há lá o Restaurante Cristóvão, com um cardápio que muda diariamente e inspirado nos países da península ibérica.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Festa Nacional do Porco no Rolete, Toledo, Paraná.

Porco no Rolete. Uma iguaria dos deuses
Chequei à conclusão de que o Paraná é o Estado mais rico e privilegiado na gastronomia. Se não bastasse o lendário Barreado, de Morretes, na volta a Curitiba pela Graciosa, fiquei dividido entre a exuberante paisagem e um grupo de caçadores, na melhor acepção da palavra que, ali mesmo no ônibus, falavam do oeste do Paraná, atentos para o 38º festival gastronômico, nada mais nada menos que a Festa Nacional do Porco no Rolete, na cidade deToledo.
Até há pouco tempo julgava que o porco era mais adstrito às tradições portuguesas e um ponto alto da cozinha alemã, chego até a lembrar de Dusseldorf, Mainz, Colônia e Frankfurt durante a Copa do Mundo de 2006 e aqueles almoços "eisbein" com chucrute acompanhada pelas irrecusáveis weissbiers. Mas vamos ao que interessa.
Toledo foi colonizada basicamente por alemães e, talvez por isso o Porco no Rolete tenha a sua explicação, ao adicionar-se uma quantidade de temperos sutis, como a alfazema, o alecrim, a noz-moscada e um Riesling, aquele vinho branco que, no preparo, faz a diferença.
O cenário da festa
Um pouco da história: Tudo começou em maio de 1974 na sede campestre do Clube de Caça e Pesca de Toledo, um grupo de amigos, em torno de uma mesa, entre uma cuia de chimarrão e  caipirinhas, um braseiro aceso e um churrasco em ação, os acordes de um violão e gaita, muita história, conversa fiada, apostas e aquelas salutares provocações que só acontecem numa roda de amigos, surgiu ali uma grande idéia: um dos sócios lançou um desafio: que conseguiria assar um porco inteiro, enfiado num espeto de madeira - o rolete - que girava manualmente.
Logo, outros sócios do clube, empolgados, começaram a formar equipes com seus respectivos assadores. A diretoria do Clube elaborou um regulamento, convidou em grupo seleto de juizes degustadores e nascia, assim, o mais delicioso evento gastronômico do Brasil - a Festa do Porco no Rolete cujo ponto alto é exatamente o torneio entre as equipes de assadores.
Há todo um ritual que envolve essa receita, o seu preparo que chega a quase vinte horas de gestação. O porco, diríamos, o leitão, deve ter cerca de 6 meses e um mês antes do abate, a alimentação é trocada para que haja a diminuição da banha, com a manutenção do peso ideal, lá pela casa dos 20 kg. Cada equipe de asadores tem a liberdade de dar asas à sua criatividade quanto ao tempero e ao recheio. O fato é que, a maneira como o porco é preparado, em Toledo, não é mais uma técnica e sim uma arte e todo o sacrifício da concepção à espera vale a pena.
Toledo. Leitão e turismo
Festa Nacional do Porco no Rolete, Toledo, Paraná já foi até tema do enredo da Escola de Samba Unidos da Ponte, do carnaval carioca de 1995. Há lá, ainda, a Festa do Leitão a Xaxim e a Festa do Porco Recheado e assado ao Forno.Toledo, oeste do Paraná, a 38 km de Cascavel, pouco mais de 100 mil habitantes, o maior plantel de suínos do Estado e uma gastronomia de lamber os dedos.
Se me perguntarem se prefiro o leitão da bairrada, lá em Portugal e o leitão no Rolete, aqui em Toledo direi categoricamente: - quero os dois.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Natal. Sol, turismo e o maior cajueiro do mundo

Sem desmerecer os outros destinos, Natal tem o privilégio de ter por ano mais de 300 dias de sol, exatamente como o turista, como o viajante procura. Como atração imperdível, uma árvore, isso mesmo, uma única árvore, também conhecida como o Cajueiro de Pirangi, localizado na Praia de Pirangi do Norte, a 12 km do centro de Natal. Cobrindo uma área de aproximadamente 8.500 m2, o cajueiro foi plantado em 1888 e desde 1994 figura no Guiness Book, constituindo-se, face à curiosidade, ponto obrigatório de visita.
Uma floresta? Não .Apenas um cajueiro
O curioso é que a planta continua crescendo e já toma grande parte da rodovia que passa no seu entorno, ensejando, assim, uma polêmica: uns a favor da poda, mas a maioria da população contra, o que ocasiona na alta temporada alguns congestionamentos no trânsito. Fala-se até em promover a desapropriação dos imóveis ao seu redor. O melhor mesmo é a atração que ela causa ao turismo, gerando divisas.
O cajueiro tem, afinal, o direito de crescer em paz, sem limites, livre para todos os lados e continuar, assim, a ostentar o título de "o maior cajueiro do mundo", o maior ser vivo frutífero do planeta. Vá e surpreenda-se!!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Uma receita de sucesso

Um parâmetro: Damon Albarn
Como posso definir uma adolescente que tem todos os predicados, é fadada ao êxito e se dá bem em todas as incursões que realiza. Nascida num tímido inverno de 1997, emigrou para os Estados Unidos, radicando-se num dos Estados mais singulares daquele país - Connecticut - precisamente na cidade de Bethel e, na sequência, Danbury. Lá alfabetizada com méritos, fez teatro, música, participou de algumas peças, desenha como ninguém,enfim, como posso dizer, reuniu, agregou tantas qualidades e outras línguas além dos idiomas de Camões e Shaeskespeare e olhem que esqueci de citar que ela também canta, chegou a ser um clone da Lady Gaga, ama Os Gorillaz, Os Beatles e tem o Damon Albarn como um exemplo de tenacidade e sucesso. Agora, no ensino universitário, prepara-se para fazê-lo , nada mais nada menos do que no Reino Unido, no fog Londrino e, tenho certeza - e não há quem duvide - de que procurará unir o útil ao agradável, de "cursar a universidade e rever o Damon Albarn" - espero que compreendam as aspas - de alta qualidade.
La Fromagerie: para apaixonados pelas boas coisas da gula
Atrevo-me a sugerir à Bianca duas pérolas da cozinha londrina: o La Fromagerie (2-6 Moxon Street, Marylebone W1U 4 EW) perto da estação Backer Sreet, do metrô, uma espécie de delicatessen/loja/armazem/bar/wine bar/café, chamado Tasting Café, o lugar ideal para o chá da tarde, depois de bater perna em Londres o dia inteiro.
Leitura e gastronomia em Notting Hill
E, também, um dos espaços que a Bianca faz questão de frequentar, desde que nasceu: uma livraria a Book for Cooks  (4 Blenheim Crescent W11 1N Notting Hill ) perto da estação Ladbroke Grove, com milhares de livros de todo o mundo e, querendo almoçar, há, nos fundos o canto onde as receitas são colocadas em prática, na chamada Test Kitchen. Um detalhe: chegue cedo, são poucas mesas, muito disputadas.Peça um almoço completo, com entrada, prato principal e sobremesa, do jeito que você gosta e por cerca de 7 libras, uma pechincha estando em Londres, não!


Eu pessoalmente gosto mesmo é de churrasco grego. Na realidade é turco, mas ,deixando de lado a nacionalidade há um ali na Casper Líbero, Sampa, nos arredores da estação da Luz, um ponto de venda e se eu estiver passando lá, perto da barraca, paro e como um. É o melhor "almoço" do mundo. E como estou por aqui ainda gosto dos restaurantes antigos, tipo o Lamas e um, ali na Rua da Alfândega, o Salim, um árabe de lamber os dedos. Um café deixo para O Feirante. Quanta diferença, hein!!

Fico aqui imaginando como a Bianca irá voltar com tanta bagagem, depois de três anos estudando com alunos de mais de 40 países, de conhecer o mentor de tudo isso, o Damon Albarn de estar em Liverpool e refazer a rota dos Beatles, de estar sempre envolvida e afoita com os chás, cafés da tarde e com a formalidade britânica. Agora, uma pequena confindência: Tenho informações de que ela vai ficar lá radicada (está até procurando apartamento) e esperando a sua irmã Alice, mais nova 13 anos e pouco e já seguindo os mesmos passos. Pelo menos isso, uma boa companhia!!!
Neste caso vou deixar aqui alguns endereços:www.londresparaprincipiantes.com.br , www.portalsaofrancisco.com.br e www.canallondres.tv/wordpress