Um queijo tão emblemático, já citado na obra "Viagem às nascentes do Rio São Francisco" do viajante e botânico francês Auguste Saint- Hilaire, início do século XIX e inspirando Debret, igualmente fascinado pela Serra da Canastra ao pintar a cachoeira Casca D'Anta.
O Parque Nacional criado para proteger as nascentes do rio São Francisco tem lá os seus tesouros: o queijo que leva o seu nome, o principal protagonista. O Pingo, o seu DNA: o leite que escorre é recolhido, armazenado e serve como fermento natural para a produção do dia seguinte.
Quase duas mil famílias estão engajadas nessa atividade, mas cerca de vinte produtores mantem a fidelidade quanto às características originais de mais de duzentos anos do Canastra, feito a partir do leite in natura. Uma fidelidade que esbarra na exigência propalada pelo governo, de pasteurização, de que essa forma produtiva faz mal à saúde.
Mas, como um time que está ganhando não se mexe, o queijo segue em frente, com todo o seu requinte, o seu sabor, afinal de contas ele é um patrimônio nacional e, a exemplo da França que produz muitos queijos exatamente a partir do leite cru, sem qualquer oposição, o nosso Canastra não merece ser contestado, apenas apreciado.
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