domingo, 24 de julho de 2011

Petrópolis além da Bauernfest

Resolvi subir a serra  e ver como ficou a cidade que ferveu com a 22ª edição da Bauernfest e que, neste ano, teve um motivo a mais para comemorar: a volta da lendária Cervejaria Bohemia e acrescentando no seu entorno, no âmbito, o Memorial da Cerveja, o Centro de Tradições Petropolitanas, o restaurante e a loja de souvenirs, um presente para a cidade que acabou de comemorar 168 anos.O Festival de Inverno prossegue, há atrações e motivos mais que suficientes a serem explorados... durante todo o ano... em todos os seus detalhes... em toda a sua essência. Vejamos, por exemplo, o Palácio Quitandinha:


Fiquei hospedado num hotel próximo do Quitandinha , de onde podia descortinar toda a opulência desse exemplar arquitetônico, e para onde fui em busca de mais detalhes.  Construído em 1944 para ser o maior cassino hotel da América do Sul, leva um estilo normando na sua parte externa, também presente na arquitetura da cidade, face à colonização alemã e um estilo rococó hollywoodiano no seu interior. Foi cenário de filmes americanos e os seus ambientes foram decorados por Doroth Draper, cenógrafo de grandes produções de Hollywood. Com 50.000 metros quadrados, 440 apartamentos e 13 grandes salões com até 10 metros de altura,o Quitandinha tem marcas próprias:  um sistema de iluminação que seria suficiente para iluminar uma cidade de 60 mil habitantes , salões que podem abrigar 10 mil pessoas ao mesmo tempo, na sua construção  foi utilizada uma grande quantidade de areia proveniente da praia de Copacabana e o lago ornamental em frente tem o formato do Brasil com o farol na Ilha de Marajó. A água tinha uma função secundária, servir de suporte viável para o caso de um inesperado incêndio. Por seus salões passaram grandes celebridades e, do mundo do cinema, nada mais nada menos do que Errol Flynn, Orson Welles, Lana Turner e Henry Fonda foram seus protagonistas. A opulência é tanta que a parte superior, a cúpula do Salão Mauá, é considerada como uma das maiores do mundo, com 30 metros de altura e 50 metros de diâmetro, comparada ( e com mérito) com a redoma da Catedral de São Pedro em Roma .
O Quitandinha que sobreviveu como cassino até maio de 1946, quando o Presidente Dutra proibiu o jogo no país não resistiu como hotel no decorrer do tempo; seus apartamentos foram aos poucos sendo vendidos e, em 1989 foi restaurado e, hoje, a parte social é destinada a abrigar congressos, eventos, shows e feiras.
Nas suas dependências ocorreu a assinatura da declaração de guerra dos países americanos ao eixo durante a Segunda guerra mundial.
 No seu interior, pelos majestosos salões e corredores pode-se vislumbrar o luxo que o notabilizaram como um hotel-cassino: mármore de carrara, lustres indescritíveis, um teatro mecanizado com três palcos giratórios com capacidade para duas mil pessoas, enfim , predicados que conferem o título de o mais requintado condomínio de luxo, o mais rico de Petrópolis e talvez do Brasil.
Mais detalhes, mais descrições: é hora de descobrir, subir a serra e ver de perto este cartão postal de Petrópolis. Confira.

Um comentário:

  1. Adorei essa reportagem! Que pena que este ano estava em Londres de férias mas ano que vem tenho certeza que irei confirir as atrações de Petrópolis!!!!

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